Notícias  09 de Novembro 2021

Barracas dos pescadores da Lagoa de Óbidos

Barracas dos pescadores da Lagoa de Óbidos

O Centro de Interpretação da Lagoa de Óbidos e o Colectivo Guarda-rios juntaram-se num projeto artístico para a construção de uma réplica de uma «barraca» dos pescadores da Lagoa de Óbidos.

O Centro de Interpretação da Lagoa de Óbidos e o Colectivo Guarda-rios juntaram-se num projeto artístico para a construção de uma réplica de uma «barraca» dos pescadores da Lagoa de Óbidos.

Na margem sul da Lagoa de Óbidos ainda hoje encontramos algumas cabanas de pescadores locais, utilizadas para estes guardarem apetrechos da pesca e descansarem.

Mas as primeiras cabanas da Lagoa de Óbidos surgiram na Ponta da Ardonha, junto ao Braço da Barrosa, há mais de 200 anos.

Foram construídas pelos «Varinos», pescadores vindos da Murtosa, no distrito de Aveiro, nas suas primeiras migrações. Eram conhecidas como as «barracas» dos pescadores e tinham um formato e uma função diferentes das cabanas de hoje.

Durante os oito meses de companha que os Varinos passavam na Lagoa de Óbidos, essas cabanas serviam de habitação - “ali cozinhavam, dormiam e guardavam o pouco que tinham”.

Delas, hoje apenas restam registos fotográficos e memórias antigas.


Espólio de Vítor e Clementina Silva. Caldeirada (convívio) junto à cabana de pescador de Joaquim Malhoa nos anos de 1970/80.


No final do mês de outubro, durante quatro dias, elementos do Colectivo Guarda-rios, com o apoio da Junta de Freguesia da Foz do Arelho e da LPN, deram forma à barraca no areal da praia da Lagoa, na Foz do Arelho. Respondendo ao convite lançado pelo Centro de Interpretação da Lagoa de Óbidos, várias pessoas foram ao encontro do Colectivo para conhecer mais sobre estas estruturas e a sua construção.


Fotografia do Colectivo Guarda-rios.


A iniciativa que iria culminar com a realização de um atelier, na manhã do dia 30 de outubro, precisou ser adiada devido às condições meteorológicas desfavoráveis, naquele que foi um fim de semana assinalado por ventos fortes e aguaceiros.

A estrutura foi transferida para o interior do edifício do Centro de Interpretação da Lagoa de Óbidos, cuja abertura ao público se espera para breve.



É lá que irá ficar em exposição, quando concluída, para contar mais sobre a história dos Varinos na Lagoa de Óbidos, a forma como estas estruturas eram construídas, para que serviam e como evoluíram até às atuais cabanas de pescadores.

Em março, os organizadores do evento irão juntar-se novamente para a realização do atelier, em data a anunciar oportunamente, e conclusão dos trabalhos, com a participação do público.

Fique atento à nossa Agenda!

O Centro de Interpretação da Lagoa de Óbidos agradece ao Coletivo Guarda-rios, à OSSO – Residências Artísticas na Aldeia de São Gregório (Caldas da Rainha) e à Junta de Freguesia da Foz do Arelho pela colaboração nesta iniciativa.


Sobre o Coletivo Guarda-rios

Guarda-Rios é um projeto de investigação-ação artística que pretende, a partir dos territórios ribeirinhos, refletir sobre as diferentes dimensões – artística, cultural, social, ambiental – das relações dos seres humanos com o seu ambiente natural e construído (antropizado). Pretende-se que as práticas de observação-escuta-investigação, desenvolvidas em residências por diferentes rios pelo país, revelem dimensões múltiplas das realidades locais que emergirão, quer através de trabalhos artísticos, quer através de ações in loco. O projeto Guarda-Rios é apoiado pela Direção-Geral das Artes.