A Lagoa de Óbidos foi um local muito visitado por monarcas, ao longo dos séculos, que ali passavam algum tempo de descanso ou em passeio.
Diz-se que D. Sebastião, na visita que fez a Óbidos (séc. XVI), deslocou-se à Lagoa de Óbidos, onde pescou, tendo nessa altura mandado construir dois cais, um deles no Braço da Barrosa - o Cais da Rainha.
Ainda hoje o local onde outrora existira esse cais, nas margens da laguna, é conhecido como o Cais da Rainha, permanecendo um lugar excecional para a observação de aves.
Esta Lagoa está viva
À beira do lago,
De águas brilhantes, salgado,
Vejo as aves de arribação,
Dentro de água saltitando,
Procurando sua alimentação,
Os flamingos de penas rosa,
Pernaltas de vocação,
Garças e mergulhões,
Não esquecendo a gaivota sempre airosa,
Olho esta maravilha, e penso,
Que será destas belezas,
Se não houver o bom senso,
De a tempo proteger,
Tão belo ecossistema,
Local do nosso lazer,
Todos ficamos a perder,
Esta maravilha da natureza,
Vamos lá, senhores que mandam,
A comprar menos uns carros,
E vamos tratar da lagoa,
Enquanto ainda for tempo,
Vamos tratar desta beleza,
Mas não com leis à toa,
Aproveitem o momento,
Pois agora ainda é tempo,
Não deixem o tempo passar,
Porque quanto mais tempo se esperar,
Mais difícil será de recuperar
João Ramalho, em “A Lagoa de Óbidos, o Mar e Eu”. Miká Penha.